segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

E a vida o que é?

Já perguntava o saudoso Gonzaguinha: "E a vida o que é, diga lá meu irmão?".
Diante de catástrofes, tragédias e infortúnios fazemo-nos essa pergunta, ao ficarmos indignados, estarrecidos.

O terremoto no Haiti, que dizimou tantas vidas (milhares), foi apenas mais uma mensagem para o mundo, assim como a de Angra dos Reis, no Rio, durante o reveillon.
Diante da força da natureza, somos impotentes. Fortalezas, lugares aparentemente intransponíveis, podem tornar-se ruínas em minutos.
Com a evolução tecnológica e científica, o homem conseguiu dominar a natureza em alguns aspectos, inclusive ao prever ciclones, temporais e outros cataclismas, mas não se consegue prever todos os desdobramentos de tais eventos.
É muita pretensão dos pobres mortais, achar que para tudo, tem que haver uma explicação científica, seguir uma lógica, que no fundo vem satisfazer sua necessidade de controle e domínio.
Mas vem a natureza, demonstrar claramente que não é possível, expondo nossa fragilidade, como e quão pequenos e insignificantes somos nós diante do que pode existir, do que pode estar além da nossa capacidade de compreensão. Estou falando de Deus? Também.
A vida é recheada do coisas ruins e boas e estamos vulneráveis a elas sem aviso prévio.

O acaso está aí, a cada dia sorteando alguns em todo o mundo numa verddeira roleta russa.
E como tudo tem dois lados, essas tragédias nos trazem algo de bom também. Uma mensagem profunda embora clichê, de que nossa presença nesse lugar misterioso que é o mundo, é finita, e que não devemos perder tempo com o fútil. Que devemos aproveitar o máximo da vida, aceitar o imutável e dele, aproveitar o melhor.Não perder tempo se perguntando "por quê??" pois algumas respostas nunca teremos. Agradecer por cada dia em que vemos amanhecer.

Sorrir mais, amar mais, reclamar menos. Ouvir a inspiradora música de gonzaguinha, que diz: " viver e não ter a vergonha de ser feliz... "; é o que nos resta, pois podemos muito, mas não podemos tudo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Finais Previsíveis

As novelas que não acompanho, costumo assistir ao menos o último capítulo. O final da novela Caras e Bocas, da RedeGlobo, como quase todas as outras, sempre terminam com a frase implícita "Foram felizes para sempre".
Os "bandidos" que até então davam-se bem, por fim, têm o castigo. E os "mocinhos", a recompensa por tanto sofrimento e luta.
Mas na vida real, nem sempre é assim.
O bem vêm tendo dificuldades para superar o mal que parece cada vez mais triunfar. Certo que novela é uma estória que procura retratar o cotidiano com uma pitada (generosa) de ficção, com o objetivo de entreter e divertir, afinal, precisamos às vezes nos desligar da realidade para não enlouquecer, ligando a tv (como ocorre na maioria das vezes),daí tanto sucesso dessas tramas, com suas tragédias e comédias.
É empolgante acompanhar o desenrolar dos fatos, torcer, curtir os romances, as intrigas, aderir aos modismos, etc. porém, os desfechos finais das novelas estão cada vez mais previsíveis.
Com isso, perde-se um pouco do encanto, da expectativa de assistir ao capítulo final uma vez que já nos primeiros, não raro, já sabemos quem ficará com quem, que ao "bandido" caberá "a treva" e ao "mocinho" a glória.

Por outro lado, o autor que se arrisca a mostrar a vitória do mal e o fracasso do bem, como parece ocorrer com frequência na vida real, corre o risco de ser severamente criticado ou perder audiência, pelo simples fato de ter retratado a nossa realidade. Assistir na tv, nas novelas, o bem vencendo o mal, é uma forma de manter a esperança no coração de cada espectador. É ver o que tanto ansiamos, acontecer, ainda que seja na ficção, em frente à tv.